WW3 - América x Canadá

Depois do atentado a Kaliningrad, deixei as coisas com Ludwig e peguei um avião de volta para casa. Durante a viagem, refleti sobre minha decisão e sobre meu irmão. "Matt, você disse que não ia se meter" - pensei, preocupado mas ao mesmo tempo irritado. Ao mesmo tempo, lembrei-me dos tempos que passei com ele. "Mesmo tendo você na minha sombra, eu não queria que você se sentisse mal, Matt" - falei para mim mesmo. Passei o vôo pensando sobre essa confusão. Como um herói, meu dever deveria ser manter a ordem. A ordem. E um atentado não gera ordem, gera desordem. 

Às vezes me pergunto se, agora que não há mais Guerra Fria, eu não deveria ter deixado o Gilbert e a Rache Kreuz sem a minha pessoa. Na época do Muro de Berlim, Ludwig estava ao meu lado, com Gilbert do lado dos russos. Agora que esse muro deixou de existir, seria ruim perder a influência sobre o lado oriental.

Passei tanto tempo refletindo sobre as mesmas coisas que mal havia me dado conta de que já estava em casa. Ironicamente, estava chovendo. "Por que sempre chove quando tomo alguma decisão importante?" - pensei, enquanto me lembrava da guerra de independência contra o Arthur. Nem todas as escolhas são fáceis. Nem todas são corretas. Mas todas são importantes e mais necessárias do que parecem em um primeiro momento.

Entrei e troquei as roupas molhadas. Eu estava mais tenso do que de costume, o que era uma sensação estranha. "O que um herói teme?" - refleti comigo mesmo. Eu queria responder "Nada. Heróis não temem." a mim mesmo, mas isso era impossível nesse momento. Peguei um pacote com lanche do Mc. Infelizmente em momentos mais díficeis a comida não tem o mesmo gosto. Queria uma prova além da material de que eu estava em casa. Meu corpo estava aqui, mas minha mente viajava longe.

Quando já estava terminando, recebi uma ligação.

- Alfred, você já chegou?

- Sim. Como estão as coisas em Kaliningrad?

- Em total ordem. Lembre-se do nosso plano.

- Ok.

Nisso, ele desligou. Parecia estar com pressa. Terminei meu hamburguer e fui dormir, o que só foi possível devido ao cansaço acumulado.

Na manhã seguinte, tive que acordar pouco antes do nascer do sol. O dia era decisivo... hoje eu iria atacar meu irmão em Halifax. Novamente, aquelas palavras ecoaram na minha mente "Você disse que não ia se meter, Matt...". Mas agora já era tarde.

Desci as tropas em Halifax e começamos a luta. No início, estavamos ganhando, e num momento de euforia pensei "Halifax é nossa!". Minhas tropas avançavam e tomavam a cidade, a vitória parecia certa.

Porém, sem nem tempo de comemorar esse início da vitória, Matt mandou suas tropas com reforços, fazendo as minhas cederem e, por descuido, serem pegas de guarda baixa. Naquele momento, achei que fóssemos perder. A diferença estava grande, e com reforços, ela piorou. Então resolvi recuar parte das tropas, repensando na estratégia e no sucesso da missão.

Depois de algum tempo pensando, cheguei a conclusão de que teria de pedir reforços. Trouxe mais tropas para Halifax. Aquilo iria sair caro, considerando o que poderia vir. "Não há como prever o futuro, mas, agora eu não tenho escolha." - pensei.

Após algumas horas, as tropas canadenses se retiraram: Halifax era nossa. Foi necessário dar o sangue, o suor. Mas enfim aquela luta havia terminado.